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- Fuga de Nós Mesmos.
Biblioteca Digital & Serviço de Pesquisa A Fuga de Nós Mesmos Quantas vezes não nos preocupamos com a vida alheia só para fugir de nós mesmos? A preocupação com a vida alheia pode ser uma forma de distração, uma maneira de evitarmos confrontar nossos próprios problemas e desafios. Quando nos preocupamos com os outros, estamos colocando nossa atenção no exterior, no que está acontecendo fora de nós. Isso pode nos ajudar a evitar pensar em nossos próprios problemas, mas também pode nos impedir de crescer e nos desenvolver como indivíduos. Até a preocupação com a política não raro serve a isso. A política pode ser uma fonte de grande ansiedade e estresse. Quando nos preocupamos com a política, estamos nos concentrando em algo que está fora de nosso controle. Isso pode nos deixar nos sentindo impotentes e frustrados. As redes sociais, a tempestade de notícias e a sobrecarga de divertimentos disponíveis permitem que se quisermos jamais prestemos atenção no nosso próprio guia interior. Elas são todas fontes de distração. Elas nos bombardeiam com informações e estímulos, o que pode nos deixar sobrecarregados e agitados. Quando estamos distraídos, é mais difícil prestar atenção em nós mesmos e em nossos próprios pensamentos e sentimentos. O centro de nossa consciência que a única parte de nós capaz de prestar atenção na nossa complexidade moral, em Deus e no próximo. O centro de nossa consciência, ou Self, é a parte de nós que está conectada com nosso propósito, nossos valores e nossa essência. É a parte de nós que é capaz de nos guiar para uma vida mais plena e significativa. Quando vivemos em fuga de nós mesmos, estamos vivendo uma vida superficial e sem sentido. Estamos vivendo como animais, simplesmente reagindo aos estímulos externos sem pensar nas consequências de nossas ações. Precisamos ter paciência com os desvios inevitáveis e toda vez que notarmos isso, sem culpa, sem censura, tentar voltar ao centro de nós mesmos. O retorno ao Self é um processo contínuo. É um processo de autoconhecimento e autodesenvolvimento. É um processo que vale a pena percorrer.
- biblioteca f-j | MindStream
Biblioteca & Pesquisa Digital F - H I - J FRIEDRICH NIETZSCHE - A Visao Dionisiaca Do Mundo - Fatum e História - A Origem da Tragédia - Introdução à Tragédia de Sófocles - Vontade de Potência - Crepúsculo dos Ídolos - Assim falou Zaratustra - O Anticristo - Ecce Homo F.M. CORNFORD - Antes Y Despues De Socrates - Platon Y Parmenides FILÓSTRATO - A vida de Apolônio de Tiana FIÓDOR DOSTOIÉVSKI - Os Irmãos Karamazov - Os Demônios - Crime e Castigo - O Duplo - O Idiota FLÁVIO GIKOVATE - Em busca da felicidade -Falando de Amor - Mudar - Deixar de ser gordo - palestra FRITJOF CAPRA - O Tao da Física G.W. F. HEGEL - Fenomenologia do Espírito - Cursos de Estética I, II, III , IV - Sobre o ensino da Filosofia - A Razão na História - Introdução à História da Filosofia George Berkeley - Teoria da Visão GEORGE DUBY - Año Mil - La búsqueda de Dios - História da Vida Privada GILGAMESH - A epopéia de Gilgamesh GIOVANNI REALI - História da Filosofia 1, 2 , 3. G. W. LEIBNIZ - Ensaios de Teodiceia - Monadologia - Argumento Cosmológico - Argumento da Contingência GREGÓRIO DE NISSA A Criação do Homem, A Grande Catequese, A Alma e a Ressurreição. Sobre a Vida de Moisés GUY DEBORD - A Sociedade do Espetáculo - La societé du spectacle ( Les citations documentaires) - Comments on the Society of the Spectacle - The Society Of The Spectacle HANNAH ARENDT - A Condição Humana HAROLD BLOOM - A Invenção do Humano - Abaixo as verdades sagradas - Onde Encontrar a Sabedoria HELVETIUS - Obra Completa ( francês ) - De L'Esprit ( Do Espírito ) HENRI BERGSON - O Pensamento e o Movente (a) - O Pensamento e o Movente (b) - A Evolução Criadora - Matéria e Memória HERÁCLITO - O OBSCURO HERMAN HESSE - Demian HERMAN USENER - Epicurea HESÍODO - Teogonia IMMANUEL KANT - A Metafísica dos Costumes - Crítica da Razão Pura - Crítica da Razão Prática - O que é Iluminismo - Os Progressos da Metafísica - Antropologia - Conflito das Faculdades - Ensaio sobre as doenças da cabeça - Teoria do Céu - Princípios Metafísicos da Ciência da Natureza - Os Pensadores I - Os Pensadores II ÍTALO CALVINO - As Cidades Invisíveis - A Trilha dos Ninhos de Aranha J.J. ROUSSEAU - Ensaio sobre a Origem das Línguas JACQUES LACAN - Televisão JACQUES LE GOFF - O apogeu da cidade medieval - O deus da idade média - O homem medieval - Os intelectuais na idade média - Uma longa idade média - Raízes medievais da Europa JAMES HILLMAN - O Código do Ser - Cidade Alma - Estudos de Psicologia Arquetípica JAMES HOLLIS - Rastreando os Deuses JEAN PIERRE VERNANT - O Universo, Os Deuses e os Homens - Mito e Religião na Grécia Antiga - As Origens do Pensamento Grego JEAN PAUL SARTRE - Esboço para uma Teoria das Emoções - O Existencialismo é um Humanismo - O Imaginário - Náusea JOHN STUART MILL - Utilitarism o - Sobre a Liberdade - Princípios de Economia Política I - Utilitarianism JOLANDE JACOBI -Complexo, Arquétipo e Símbolo JOSE ALVES DE FREITAS NETO - Maquiavel e a capacidade de enganar-se JOSÉ ARTHUR GIANNOTTI - De Alexandria a Roma - O Pensamento do século XX - A Aurora do Pensamento Ocidental JOSE SARAMAGO - Ensaio sobre a cegueira - Jangada de Pedra - Memorial do Convento - O Ano da Morte de Ricardo Reis - O Conto da Ilha Desconhecida - Evangelho segundo Jesus Cristo - Terra do Pecado - Todos os Nomes JOSEPH CAMPBELL - As Máscaras de Deus I - As Máscaras de Deus II - Mitos, Sonhos e Religião - O Poder do Mito - O Vôo do Pássaro Selvagem - O Poder do Mito - 6 aulas JOSTEIN GAARDER - A Biblioteca Mágica - O Pássaro Raro - Vita Brevis - O Enigma e o Espelho - O Mundo de Sofia - Maya JOSÉ SILVA - O Método Silva de Controle Mental
- Sincronicidades
Reengenharia Humana & Desenvolvimento Pessoal Contos de Fada e Psicoterapia A psicoterapia, de um jeito geral, busca entender e ajudar a pessoa com seus conflitos internos e externos. Na Psicologia Analítica, criada por Carl Jung, uma ideia central é a do inconsciente coletivo e dos arquétipos. E é aí que os contos de fada, mitos e outras histórias tradicionais se tornam super importantes. Eles funcionam como chaves para decifrar a nossa mente mais profunda e podem ajudar a elaborar coisas que estão no nosso inconsciente. O que é o Inconsciente Coletivo e os Arquétipos? Jung propôs a existência de um inconsciente coleti vo. Pense nele como uma camada da nossa mente que é universal, compartilhada por toda a humanidade. Diferente do inconsciente pessoal (que guarda as nossas experiências esquecidas ou reprimidas), o coletivo é feito de padrões inatos de pensamento e comportamento, que Jung chamou de arquétipos. Os arquétipos não são imagens prontas, mas sim "modelos vazios", uma tendência da nossa psique para organizar a experiência. Eles aparecem através de símbolos e temas que se repetem nos nossos sonhos, na religião, na arte e, claro, nos mitos e contos de fada. Exemplos de arquétipos são o Herói, a Grande Mãe, o Sábio, a Sombra (aquela parte que a gente esconde), entre outros. Eles representam as experiências mais básicas do ser humano. Por que Contos de Fada e Mitos são Tão Legais para a Terapia? A importância dessas histórias para a clínica é enorme. Jung e seus seguidores, como Marie-Louise von Franz, enxergam os contos de fada como a expressão mais pura e simples de como o inconsciente coletivo funciona. Diferente dos sonhos, que são muito pessoais e às vezes confusos, os contos de fada foram sendo lapidados por gerações. Eles mostram, de forma simbólica e fácil de entender, os problemas universais que todo mundo enfrenta e as possíveis soluções. Eles falam da nossa jornada de crescimento, dos desafios e das transformações que a gente precisa passar para amadurecer. Na Prática, Como os Contos de Fada Ajudam? - Amplificam o Inconsciente: Se um paciente chega com um sonho ou um sentimento difícil de explicar, o terapeuta pode lembrar de um conto de fada que tenha uma temática parecida. Isso ajuda a pessoa a entender que sua experiência não é só dela, mas faz parte de um padrão humano universal. Dá um "click" na cabeça. - Identificação e Projeção: A gente se identifica com os personagens. O paciente pode se ver no herói da jornada, na vítima que precisa se salvar, ou até no vilão, que pode representar um lado sombrio que ele não quer encarar. Isso facilita muito falar sobre emoções e conflitos. - Mostram Caminhos para Resolver Problemas: A estrutura do conto de fada é simples: tem um problema, uma luta e uma solução. Essas histórias oferecem modelos simbólicos de como enfrentar dificuldades e integrar partes da nossa personalidade. Isso pode inspirar o paciente a achar suas próprias soluções. - Acesso a Forças Internas: Ao se conectar com os arquétipos das histórias, a pessoa pode "acordar" recursos que estavam adormecidos dentro dela. A figura do Herói pode trazer coragem à tona; a do Sábio, pode ajudar a encontrar uma sabedoria interior. - Falam a Língua do Inconsciente: Nossa mente profunda entende melhor símbolos do que lógica pura. Como os contos de fada são cheios de simbolismo, eles "conversam" direto com o inconsciente, driblando a nossa resistência racional. Eles criam uma ponte entre o mundo consciente e o inconsciente. Conclusão Resumindo, usar contos de fada e mitos na terapia, principalmente na linha junguiana, é uma ferramenta poderosa. Essas histórias não são só para criança! Elas são um baú de sabedoria antiga que reflete a estrutura da nossa mente. Trabalhar com esse material ajuda o paciente a se entender melhor, a juntar os pedaços da sua história e a encontrar um sentido mais autêntico para a vida. É como ter um mapa simbólico para a jornada de se conhecer e enfrentar os desafios que aparecem.
- Documentários | HT
Biblioteca Digital, Pesquisa Digital, Palestras e Cursos em Reengenharia Humana, Filosofia e Equilíbrio Emocional. Documentários 1/3 O Guia para a Felicidade 1/1 Clique Aqui para Documentários Seja Membro e tenha acesso completo:
- HT - Sabedoria do Silêncio Interior
Filosofia - Educação - Conhecimento Sabedoria do Silêncio Interno Pense no que vai dizer antes de abrir a boca. Seja breve e preciso, já que cada vez que deixa sair uma palavra, deixa sair uma parte do seu Chi (energia). Assim, aprenderá a desenvolver a arte de falar sem perder energia. Nunca faça promessas que não possa cumprir. Não se queixe, nem utilize palavras que projetem imagens negativas, porque se reproduzirá ao seu redor tudo o que tenha fabricado com as suas palavras carregadas de Chi. Se não tem nada de bom, verdadeiro e útil a dizer, é melhor não dizer nada. Aprenda a ser como um espelho: observe e reflita a energia. O Universo é o melhor exemplo de um espelho que a natureza nos deu, porque aceita, sem condições, os nossos pensamentos, emoções, palavras e ações, e envia-nos o reflexo da nossa própria energia através das diferentes circunstâncias que se apresentam nas nossas vidas. Se se identifica com o êxito, terá êxito. Se se identifica com o fracasso, terá fracasso. Assim, podemos observar que as circunstâncias que vivemos são simplesmente manifestações externas do conteúdo da nossa conversa interna. Aprenda a ser como o universo, escutando e refletindo a energia sem emoções densas e sem preconceitos. Porque, sendo como um espelho, com o poder mental tranquilo e em silêncio, sem lhe dar oportunidade de se impor com as suas opiniões pessoais, e evitando reações emocionais excessivas, tem oportunidade de uma comunicação sincera e fluída. Não se dê demasiada importância, e seja humilde, pois quanto mais se mostra superior, inteligente e prepotente, mais se torna prisioneiro da sua própria imagem e vive num mundo de tensão e ilusões. Seja discreto, preserve a sua vida íntima. Desta forma libertar-se-á da opinião dos outros e terá uma vida tranquila e benevolente invisível, misteriosa, indefinível, insondável como o TAO. Não entre em competição com os demais, a terra que nos nutre dá-nos o necessário. Ajude o próximo a perceber as suas próprias virtudes e qualidades, a brilhar. O espírito competitivo faz com que o ego cresça e, inevitavelmente, crie conflitos. Tenha confiança em si mesmo. Preserve a sua paz interior, evitando entrar na provação e nas trapaças dos outros. Não se comprometa facilmente, agindo de maneira precipitada, sem ter consciência profunda da situação. Tenha um momento de silêncio interno para considerar tudo que se apresenta e só então tome uma decisão. Assim desenvolverá a confiança em si mesmo e a Sabedoria. Se realmente há algo que não sabe, ou para que não tenha resposta, aceite o fato. Não saber é muito incômodo para o ego, porque ele gosta de saber tudo, ter sempre razão e dar a sua opinião muito pessoal. Mas, na realidade, o ego nada sabe, simplesmente faz acreditar que sabe. Evite julgar ou criticar. O TAO é imparcial nos seus juízos: não critica ninguém, tem uma compaixão infinita e não conhece a dualidade. Cada vez que julga alguém, a única coisa que faz é expressar a sua opinião pessoal, e isso é uma perda de energia, é puro ruído. Julgar é uma maneira de esconder as nossas próprias fraquezas. O Sábio tolera tudo sem dizer uma palavra. Tudo o que o incomoda nos outros é uma projeção do que não venceu em si mesmo. Deixe que cada um resolva os seus problemas e concentre a sua energia na sua própria vida. Ocupe-se de si mesmo, não se defenda. Quando tenta defender-se, está a dar demasiada importância às palavras dos outros, a dar mais força à agressão deles. Se aceita não se defender, mostra que as opiniões dos demais não o afetam, que são simplesmente opiniões, e que não necessita de os convencer para ser feliz. O seu silêncio interno torna-o impassível. Faça uso regular do silêncio para educar o seu ego, que tem o mau costume de falar o tempo todo. Pratique a arte de não falar. Tome algumas horas para se abster de falar. Este é um exercício excelente para conhecer e aprender o universo do TAO ilimitado, em vez de tentar explicar o que é o TAO. Progressivamente desenvolverá a arte de falar sem falar, e a sua verdadeira natureza interna substituirá a sua personalidade artificial, deixando aparecer a luz do seu coração e o poder da sabedoria do silêncio. Graças a essa força, atrairá para si tudo o que necessita para a sua própria realização e completa libertação. Porém, tem que ter cuidado para que o ego não se infiltre… O Poder permanece quando o ego se mantém tranquilo e em silêncio. Se o ego se impõe e abusa desse Poder, este converter-se-á num veneno, que o envenenará rapidamente. Fique em silêncio, cultive o seu próprio poder interno. Respeite a vida de tudo o que existe no mundo. Não force, manipule ou controle o próximo. Converta-se no seu próprio Mestre e deixe os demais serem o que têm a capacidade de ser. Por outras palavras, viva seguindo a via sagrada do TAO. (Texto Taoísta)
- Como ajudar alguém com depressão
Biblioteca Digital & Serviço de Pesquisa 5 maneiras de ajudar um amigo que sofre com depressão. A depressão é a principal causa de incapacidade no mundo. Nos Estados Unidos, cerca de 10% dos adultos lutam contra a depressão. Mas como é uma doença mental, pode ser muito mais difícil de entender do que, digamos, o colesterol alto. Uma das principais fontes de confusão é a diferença entre ter depressão e sentir-se deprimido. Quase todos se sentem de tempos em tempos, mas a depressão clínica é diferente. É um distúrbio médico e não desaparece só porque você quer. Permanece por pelo menos duas semanas consecutivas e interfere significativamente na capacidade de trabalhar, brincar ou amar. É provável que você conheça alguém que sofre de depressão. Aqui estão algumas maneiras que você pode ajudar. 1. Ajude a encontrar ajuda: Se você conhece alguém que está sofrendo de depressão, incentive-os - gentilmente - a procurar ajuda. Você pode até se oferecer para ajudar em tarefas específicas, como procurar por terapeutas na área ou fazer uma lista de perguntas para consultar um médico. Para alguém com depressão, esses primeiros passos podem parecer intransponíveis. 2. Ser informado: Se eles se sentem culpados ou envergonhados, ressalte que a depressão é uma condição médica como a asma ou o diabetes. Não é uma fraqueza ou um traço de personalidade, e eles não devem esperar que “simplesmente superem isso” mais do que poderiam superar um braço quebrado. Quanto mais você souber sobre doença mental, melhor será capaz de entender o que eles estão passando e apoiá-los. 3. Não subestime: se você não sofreu depressão por si mesmo, evite compará-lo a momentos em que se sentiu deprimido - comparando o que ele está vivenciando ao normal, sentimentos temporários de tristeza podem fazê-los sentirem-se culpados por lutarem. 4. Elimine o estigma: mesmo falar abertamente sobre depressão pode ajudar. Por exemplo, pesquisas mostram que perguntar a alguém sobre pensamentos suicidas realmente reduz seu risco de suicídio. Conversas abertas sobre doenças mentais ajudam a corroer o estigma e facilitam as pessoas a pedir ajuda. E quanto mais os pacientes procurarem tratamento, mais os cientistas aprenderão sobre depressão e melhor os tratamentos. 5. Continue a conversa: Como os sintomas da depressão são intangíveis, é difícil saber quem pode parecer bem, mas na verdade está com dificuldades. Só porque seu amigo pode parecer bem um dia, não assuma que "melhorou". Permaneça de suporte. Traduzido do Original: https://blog.ed.ted.com
- Individuação
Biblioteca Digital & Serviço de Pesquisa Individuação Share Pelo fato de o inconsciente coletivo representar a fonte do crescimento psíquico, Jung acreditava que um relacionamento funcional entre os níveis consciente e inconsciente da existência fosse vital para a saúde psíquica. Esse relacionamento funcional entre os níveis consciente e inconsciente da existência foi também concebido e descrito por Jung como o relacionamento entre o complexo individual do Eu e o arquétipo do Si-Mesmo (Self), um arquétipo de totalidade e inteireza, representado por símbolos que Jung encontrava continuamente nos sonhos e fantasias dos seus pacientes. Quando o consciente e o inconsciente, Eu e Si-Mesmo, Ego e Self, têm um relacionamento contínuo, Jung considerava que a pessoa poderia então consolidar um senso de sua individualidade única, bem como de sua conexão com uma experiência mais ampla da existência humana, tornando-a capaz de viver de um modo criativo, simbólico e individual. O processo de chegar a esse equilíbrio psíquico, Jung chama de Individuação, um princípio e um processo que ele entendia como subjacente a toda a atividade psíquica. A tendência da psique de mover-se para a totalidade e o equilíbrio é um postulado fundamental da psicologia de Jung. Chamado diferentemente de princípio teleológico, intencional, sintético, construtivo ou finalista, esse princípio de que a psique tende para a totalidade e o equilíbrio contém igualmente o postulado tipicamente junguiano de que a verdadeira vida humana consiste de opostos que precisam ser unidos dentro da alma humana. O processo e o resultado dessa união de opostos é a habilidade de a pessoa formar para si uma personalidade individual unificada, coerente e, apesar disso, singular em profundidade e riqueza. A individuação, esse processo de tornar-se um indivíduo autônomo, pode ser entendida a partir de sua etimologia, isto é, o processo de tornar-se indivisível ou de tornar-se um consigo mesmo. Um dos propósitos da análise, talvez o propósito da análise na visão de Jung, é ajudar no processo de individuação, particularmente em nível arquetípico. Jung considerava a individuação, da maneira como usava o termo, como em grande parte uma questão de desenvolvimento psicológico na segunda metade da vida, isto é, após a realização exterior da juventude e dos primeiros anos da vida adulta ter se tornado menos importante. Embora muitas coisas que não estejam estritamente centradas em facilitar a individuação, no sentido junguiano, possam ocorrer dentro da análise - por exemplo, a solução de problemas ou a simples compreensão empática - o objetivo mais alto da análise é, contudo, dar continuidade ao processo de individuação do paciente através da análise e da experiência dos símbolos e das figuras arquetípicas nos sonhos, de visões, da imaginação ativa e da vida cotidiana. Para começar: - "Adaptação, individuação e coletividade", OC 18/2, §1084-1106 - "Consciência, inconsciente e individuação", OC 9/1 , §489-524 Para aprofundar: - "Estudo empírico do processo de individuação", OC 9/1 , §525-626 - "O simbolismo da mandala" , OC 9/1 , § 627-712 - "O símbolo da transformação na missa", OC 11/3, especialmente parte IV, "Psicologia da Missa", §376-448 Obras Relacionadas - "Presente e Futuro", OC 10/1, §488-588. Texto adaptado de Guia para Obra Completa de C.G.Jung - Robert H. Hopcke
- Arrependimento no Budismo
Biblioteca Digital & Serviço de Pesquisa O Arrependimento no Budismo É agradável imaginar uma vida sem erros, mas trata-se de algo impossível de realizar. A virtude humana profunda baseia-se em uma saudável auto-avaliação e na disposição de melhorar. Se não conseguirmos reconhecer nossas próprias transgressões, seremos simplesmente incapazes de evoluir moral e espiritualmente. Todos nós violamos alguns preceitos de quando em quando, e tais transgressões devem ser levadas a sério. Porém, é preciso entender que infringir um preceito não é o fim do mundo. Uma vez reconhecido o nosso erro, precisam os corrigi-lo e seguir em frente. Se não conseguirmos entender esse processo ou nos recusarmos a aceitá-lo, corremos o risco de nutrir uma opinião incorreta grave, acreditando que tudo o que fazemos é justificável ou que estamos de alguma maneira acima das exigências da vida moral, será impossível empreender as mudanças necessárias ao progresso espiritual. Uma vez que tenhamos reconhecido um erro e nos envergonhado de nosso comportamento, vem o momento de arrependimento, que envolve a busca do perdão e comprometimento com a não repetição do ato. De acordo com o Vinaya Sarvastivadan, o arrependimento exige de nós admitir o erro para a pessoa que ofendemos e pedir perdão a ela. Já para o Sutra da Plataforma do Sexto Patriarca, o arrependimento supõe, inicialmente, admitir que fizemos algo errado e, então, fazer o voto de não repetir o erro. O arrependimento é como a água pura que lava a mente das opiniões errôneas, do orgulho e da ignorância. Errar sem nos arrepender significa piorar muitas vezes o problema, acrescentando-lhe camadas de pretextos egoístas que nos prejudicam, anuviando a razão e fazendo-nos repetir as transgressões. O arrependimento deve se basear no sentimento de vergonha. A maioria das pessoas não gosta de sentir vergonha; no entanto, isso às vezes é necessário. Em vez de nos esconder desse sentimento perturbador é melhor dar ouvidos e ele e seguir suas sugestões profundas…. Muitos pensadores budistas dizem que o mais grave obstáculo ao crescimento espiritual é a ausência do senso de vergonha, pois sem ele, simplesmente não somos capazes de reconhecer nossos erros, muito menos de corrigí-los… Ironicamente, uma pessoa com um senso de vergonha bem desenvolvido tem mais do que se orgulhar do que a orgulhosa que nunca se envergonha. Aquela poderá se aperfeiçoar ao longo da vida, ao passo que esta ficará estagnada. Mas é necessário muita coragem para assumir a vergonha e admitir que não há saída que não seja o arrependimento. Há dois aspectos no sentimento de vergonha: -reconhecimento do mal causado a si mesmo; - reconhecimento do mal causado ao próximo. O sentimento de vergonha evita que prejudiquemos a nós mesmos e aos demais por meio de atos tolos. Os budistas dizem que o senso de vergonha constitui uma das mais importantes características de um aspirante ao desenvolvimento espiritual, pois age como um catalisador, fortalecendo todas as outras qualidades básicas que conduzem à verdade. Segundo os Discursos de Média Duração do Buda, a noção de vergonha figura entre as sete “ características santas “ essenciais para alguém alcançar a budeidade. Alguns sutras budistas comparam as pessoas que carecem da noção de vergonha a árvores cuja casca foi removida do tronco. Embora possam permanecer eretas por algum tempo, não demora muito para que definhem e morram. O Agama Samyukt diz que, se o seres humanos não fossem capazes de se envergonhar, nenhum de nós reconheceria suas obrigações para com “pais, irmãos, irmãs, mulher, marido, portanto, seríamos como animais.” Tentar levar uma vida espiritual sem dispor de um senso bem desenvolvido de vergonha é virtualmente impossível, uma vez que os chamados de nossa consciência constituem sinais de sabedoria, tanto quanto a tranquilidade que resulta de segui-los. Não conseguir reconhecer nossa própria tendência ao erro significa estarmos cegos justamente para aquela parte de nós que mais necessita de atenção espiritual. Por essa razão, o Sutra do Ensinamento Legado afirma: “O senso de vergonha é verdadeiramente magnífico”
- Hipnose Transcendental
Filosofia - Educação - Conhecimento A hipnose funciona? Sim. Mas como ela funciona? E até que ponto pode ser usada para controlar melhor a sua própria mente? A hipnose começou a ser praticada no século 18, quando o médico alemão Franz Anton Mesmer defendeu sua tese de doutorado na Universidade de Viena. Mesmer propunha uma ideia estapafúrdia: a atração gravitacional entre a Terra e outros corpos celestes afetava a saúde das pessoas, sendo responsável por vários tipos de doença mental. Por incrível que pareça, a tese foi aceita e Mesmer recebeu o diploma em 1766. Logo ele começou a desenvolver outra ideia – o corpo humano estava cheio de fluidos magnéticos, cujo desequilíbrio era nocivo e deveria ser corrigido. No tratamento, o paciente ficava sentado numa cadeira enquanto Mesmer olhava em seus olhos, pedia que se concentrasse ou tocava em seus braços e mãos – técnicas similares às da hipnose moderna. Em 1778, depois que não conseguiu curar uma pianista acometida de cegueira nervosa, Mesmer foi expulso de Viena e se instalou em Paris. Mais ousado, ele passou a andar vestido de violeta e a usar uma varinha de condão (objeto que ele inventou). Sua clínica foi o maior sucesso, e em 1784 o rei Luis 16 formou uma comissão de cientistas notáveis, que incluía Antoine Lavoisier e Benjamin Franklin, para estudar os poderes de Mesmer. Eles concluíram que se tratava de um charlatão (a teoria dos fluidos magnéticos, claro, era pura bobagem), mas que tinha alguns poderes: ele representava um perigo para a sociedade, porque supostamente era capaz de “mesmerizar” – palavra que se tornou um sinônimo de enfeitiçar – as pessoas contra a vontade delas. As técnicas de Mesmer foram proibidas, e a hipnose começou a se transformar em show circense. Mas alguns discípulos continuaram a acreditar na sua eficácia como tratamento. Um deles era o médico escocês James Braid. Em 1843, ele resolveu trocar o nome da mesmerização para torná-la mais aceitável. E cunhou o termo “hipnose” – que vem de Hypnos, a deusa grega do sono. Braid adotou uma abordagem mais científica, e a partir daí a hipnose passou a ser estudada por gente mais séria – como o francês Jean-Martin Charcot (1825-1893), considerado o pai da neurologia, o psicólogo russo Ivan Pavlov (1849-1936) e o próprio Freud, que chegou a hipnotizar seus pacientes no começo da carreira. Mesmo assim, a hipnose só começou a ser aceita pela ciência em 1997, quando o psiquiatra americano Henry Szechtman fez uma experiência com 8 voluntários. Eles foram vendados e ouviram uma gravação que repetia a seguinte frase: “O homem não fala muito. Mas, quando ele fala, vale a pena ouvir o que diz”. Szechtman desligou o som e pediu aos voluntários que tentassem imaginar a frase. Em seguida, hipnotizou todo mundo e disse que iria tocar a fita novamente. Era mentira; não havia som nenhum. Mesmo assim, os voluntários disseram ter ouvido a gravação – eles sofreram uma alucinação auditiva por causa da hipnose. Monitorando o cérebro dos voluntários, o cientista descobriu o seguinte. Durante a alucinação e quando a gravação estava tocando de verdade, a atividade do cérebro era idêntica. Já quando as pessoas apenas imaginavam o som, a atividade era diferente. Outros estudos comprovaram esse efeito, e permitiram chegar a uma conclusão definitiva: a hipnose existe, não é fingimento e tem um efeito característico sobre o cérebro – é uma simulação perfeita da realidade, muito mais forte que a imaginação ou a autossugestão. Uma pessoa hipnotizada pode literalmente ver, ouvir e sentir o que é sugerido pelo hipnotizador. Mas como isso acontece? A resposta começou a aparecer num teste feito pelo neurocientista Pierre Rainville, da Universidade de Montreal. Ele pediu que voluntários mergulhassem a mão em tigelas com água muito quente (a 47 oC). Como estavam hipnotizadas, as cobaias não sentiam dor. Rainville observou o cérebro daquelas pessoas e descobriu algo estranho. O sistema límbico, que é um pedaço primitivo do cérebro que nós herdamos dos répteis e processa os sinais que vêm do corpo, como a dor, estava operando normalmente. Mas o neocórtex, uma região cerebral que só existe nos mamíferos avançados e é responsável pela nossa consciência, ignorava os sinais do sistema límbico. É como se, durante a hipnose, o “cérebro humano” parasse de se comunicar com o “cérebro reptiliano”. É por isso que a hipnose tem efeitos tão profundos. A pessoa não fica dormindo. Fica acordada, consciente e sabendo que está sendo hipnotizada. A diferença é que, como o neocórtex é privado das informações fornecidas pelo sistema límbico (que além de processar a dor também controla a memória e reações como desconfiança, vergonha, medo, fome, iniciativa, prazer e desejo sexual), a consciência fica sem reservas nem referências – e, por isso, totalmente vulnerável às sugestões do hipnotizador. Esse poder pode servir para obrigar uma pessoa a imitar uma galinha, mas também tem uso terapêutico. O Conselho Federal de Odontologia regulamentou o uso da hipnose – os dentistas devidamente qualificados podem utilizá-la como complemento da anestesia. E o Conselho Federal de Medicina já reconhece a hipnose como ferramenta no tratamento de dores crônicas (o Hospital das Clínicas, em São Paulo, oferece a hipnoterapia como opção para tratar as dores de pacientes de câncer) e em várias formas de psicoterapia – há estudos comprovando que ela é eficaz contra o tabagismo, a ansiedade, a depressão e outros transtornos psíquicos. Pesquisas recentes também constataram, de maneira surpreendente, efeitos fisiológicos da hipnose: há indícios de que possa ajudar no tratamento de hipertensão e de problemas gastrointestinais e no sistema imunológico. Tudo isso depende, claro, do seu grau de sensibilidade. Por que algumas pessoas podem ser completamente tomadas pela hipnose, enquanto outras são imunes a ela? E como técnicas tão banais, como balançar um reloginho na frente de uma pessoa, podem ter tanta força sobre a mente? A hipnose é muito mais comum do que se imagina. Você já deve ter se auto-hipnotizado milhares de vezes e nem percebeu. Um exemplo: sabe quando você está indo para algum lugar, mas acaba se distraindo com os próprios pensamentos e ao chegar nem se lembra do caminho que fez? É uma forma fraquinha de hipnose. O estado hipnótico é parecido com o que acontece quando você fica absorto, lendo um livro ou vendo um filme. É um estado de grande atenção, em que o cérebro foca em uma coisa e se desliga do resto. Mas não tem nada de extraordinário; é um mecanismo que faz parte do funcionamento normal do cérebro. Existem vários métodos de hipnotizar, mas todos seguem a mesma lógica. Tanto faz se o hipnólogo balança um objeto ou diz palavras suaves – o que conta é prender a atenção da pessoa e reduzir seu grau de inibição. Se essas duas condições forem atendidas, pronto: você conseguiu calar o sistema límbico e cativar o neocórtex, e a pessoa está hipnotizada. Para o psicólogo americano Michael Nash, autor de dezenas de estudos sobre hipnose e organizador do maior livro sobre o assunto, o Oxford Handbook of Hypnosis, nossa suscetibilidade à hipnose pode ser obra da seleção natural. Ao longo da evolução da humanidade, em que as situações de dor eram muito mais comuns do que hoje (a anestesia como a conhecemos só foi inventada no século 19), quem tinha mais capacidade de ignorar o próprio sistema límbico e suportar o sofrimento físico levou vantagem na vida. Viveu mais e gerou mais descendentes, que foram espalhando essa característica pela humanidade. É por isso que, hoje, 80% da população mundial é hipnotizável em algum grau. Mas como medir o grau de sensibilidade à hipnose? Os métodos mais famosos são a Escala Grupal de Harvard, criada em 1962, e a Escala Stanford, de 1959. Este último, individual, é o mais usado pelos pesquisadores. Consiste num teste de mais ou menos 50 minutos, com 3 sessões de 12 exercícios que testam habilidades hipnóticas cada vez mais difíceis – como regressar mentalmente à infância, ficar sem poder abrir os olhos, obedecer a uma sugestão pós-hipnótica (pular da cadeira sempre que ouvir determinado som, por exemplo), tornar-se incapaz de sentir odores fortes e desagradáveis, e o exercício mais difícil de todos, esquecer tudo o que aconteceu durante a sessão. Esses testes foram aplicados em milhares de pessoas, ao longo de várias décadas, e descobriram várias coisas. A sensibilidade à hipnose se mantém estável durante a vida (é a mesma na infância, na idade adulta e na velhice), não tem relação com o sexo, a escolaridade ou a inteligência das pessoas. E é hereditária. Existe um teste rápido que você mesmo pode fazer. Leia a frase a seguir: “Quando o carro vermelho buzinou, o cachorro preto latiu e chegou ao portão da casa amarela”. Agora feche os olhos e responda: quais são as cores das palavras desta frase? Não estou perguntando os nomes escritos; quero saber as cores da tinta que usamos para imprimir as palavras em destaque. Se o seu cérebro é um pouco hipnotizável, como o de 80% das pessoas, você terá alguma dificuldade para responder – porque sua mente aprendeu e sabe, instintivamente, que o significado das palavras é mais importante que a cor delas. Já se você for extremamente hipnotizável, como 15% da população, respondeu no ato e sem problemas. Isso se deve a uma diferença estrutural no cérebro. Pesquisas feitas na Universidade de Virgínia, nos EUA, revelaram que o cérebro das pessoas altamente hipnotizáveis possui duas características marcantes. É mais assimétrico – a divisão de tarefas entre os dois hemisférios do cérebro é mais intensa do que em pessoas comuns. E seu corpo caloso, estrutura que conecta o hemisfério esquerdo ao direito, é em média 31,8% maior. Os cientistas especulam que a superconexão faça as informações fluir mais facilmente dentro do neocórtex (que se divide entre os dois hemisférios do cérebro). E por isso o cérebro tenha maior facilidade em suprimir, ou ignorar, a atuação do sistema límbico. A hipnose é uma ferramenta poderosa, que já vem embutida no cérebro e pode ser usada de maneira positiva. Por esse motivo, em meus 20 anos de estudos pessoais na área a denominei de Hipnose Transcendental. Ela é um mecanismo anterior ( ‘a priori’ ) à sua própria escolha consciente e faz parte do seu dia a dia inconsciente. Nesse sentido também é naturalista. O pior que pode acontecer é ela não funcionar com você. Mas calma… você é pelo menos um pouquinho hipnotizável, não é? Eu sei que sim...
- Imaginação Ativa
Biblioteca Digital & Serviço de Pesquisa Imaginação Ativa Imaginação Ativa: Uma Exploração do Inconsciente por Carl G. Jung A Imaginação Ativa é uma técnica psicoterapêutica e de autoconhecimento profundamente associada ao psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), fundador da psicologia analítica. Embora Jung tenha se inspirado em práticas antigas, como as dos alquimistas, ele reinventou e integrou essa abordagem em seu sistema psicológico como um método para dialogar diretamente com o inconsciente. Ao contrário da interpretação de sonhos ou da associação livre, a Imaginação Ativa não busca apenas decifrar simbolicamente os conteúdos inconscientes, mas sim estabelecer uma interação dinâmica com eles. A técnica consiste em focar em um estado de ânimo, imagem espontânea ou figura onírica e permitir que ela se desenvolva autonomamente, como se tivesse vida própria. O indivíduo, então, entra conscientemente nesse cenário imaginal, dialogando e interagindo com as figuras e elementos que emergem. Essa interação não é passiva; exige um engajamento ativo do ego, que questiona, responde e se posiciona frente às manifestações do inconsciente. Jung via a Imaginação Ativa como um meio poderoso para ativar o que ele denominou de "função transcendente". Esta função representa a capacidade da psique de unir opostos – consciente e inconsciente, racional e irracional – gerando uma nova síntese ou perspectiva que transcende a unilateralidade anterior. Ao confrontar e integrar os conteúdos sombrios, arquetípicos ou desconhecidos que emergem durante a Imaginação Ativa, o indivíduo promove o processo de individuação, ou seja, o caminho para se tornar um "si-mesmo" mais completo e integrado, a totalidade da psique. A criação e o desenvolvimento da Imaginação Ativa por Jung ocorreram no âmbito de sua própria jornada interior e de sua prática clínica. Ele percebeu que, para além da análise intelectual, era necessário um método que permitisse uma vivência direta e um confronto ético com as forças do inconsciente. Embora Jung tenha descrito e utilizado extensivamente a técnica em seus escritos e trabalho terapêutico, a sistematização mais formal do método em passos práticos foi realizada posteriormente por outros autores junguianos, como Robert A. Johnson. Em suma, a Imaginação Ativa, conforme concebida por Jung, é um convite a um mergulho corajoso nas profundezas da psique, não como um observador distante, mas como um participante ativo no drama interior. É um método que visa a integração psíquica e o desenvolvimento pessoal através do diálogo consciente com as imagens e energias que habitam o inconsciente, buscando a reconciliação dos opostos e a emergência de uma consciência mais ampla e unificada. A Imaginação Ativa é um tipo de Meditação ? Sim, podemos afirmar que a técnica de imaginação ativa criada por Jung possui semelhanças com certas formas de meditação, embora com características distintivas importantes. As semelhanças incluem: A necessidade de um estado mental receptivo e contemplativo, onde a atenção crítica é temporariamente suspensa, criando o que Jung chamou de "vácuo na consciência". A observação passiva inicial de conteúdos que emergem espontaneamente da psique, sem interferência direta da vontade consciente. A prática regular e disciplinada, que requer dedicação e tempo para desenvolver proficiência. A busca por uma transformação interior e ampliação da consciência. No entanto, a imaginação ativa difere de muitas formas tradicionais de meditação nos seguintes aspectos: Enquanto muitas práticas meditativas buscam esvaziar a mente ou observar pensamentos sem se envolver com eles, a imaginação ativa evolui para um diálogo ativo e engajamento com as figuras e imagens que emergem. Jung enfatiza a importância de tratar as figuras que surgem "como algo que existe", estabelecendo um diálogo real com elas, diferente da observação distanciada comum em algumas práticas meditativas. A imaginação ativa tem um componente dialético explícito, onde o ego consciente mantém sua perspectiva enquanto interage com os conteúdos inconscientes. O objetivo final não é apenas a tranquilidade mental ou o desapego, mas a integração de conteúdos inconscientes e a individuação. A imaginação ativa junguiana fundamenta-se em quatro elementos meditativos essenciais: primeiro, a criação de um "vácuo na consciência", estado receptivo onde a mente crítica é temporariamente suspensa, permitindo o acesso a conteúdos mais profundos; segundo, uma fase inicial de observação passiva, onde o indivíduo simplesmente testemunha o surgimento espontâneo de imagens e conteúdos psíquicos sem manipulá-los conscientemente; terceiro, o desenvolvimento de uma prática consistente e disciplinada, que exige dedicação contínua para aperfeiçoamento, similar a qualquer prática contemplativa; e quarto, o propósito transformador que visa não apenas o autoconhecimento, mas uma verdadeira expansão da consciência e integração psíquica. Estes elementos constituem a base meditativa sobre a qual se desenvolve o aspecto dialógico distintivo da técnica junguiana. A Imaginação Ativa seria um tipo de Hipnose ? Embora existam algumas semelhanças superficiais, seria impreciso caracterizar a imaginação ativa junguiana como um tipo de auto-hipnose. Vejamos as diferenças fundamentais: Na imaginação ativa: A consciência permanece ativa e participativa durante todo o processo. O ego mantém sua autonomia e capacidade crítica, dialogando com os conteúdos inconscientes. Há um engajamento dialético entre consciência e inconsciente, onde ambos mantêm suas perspectivas. O praticante permanece orientado e ciente do ambiente externo. O objetivo é a integração de conteúdos inconscientes à consciência. Na hipnose: Busca-se um estado alterado de consciência com redução da capacidade crítica. A sugestibilidade é aumentada e a autonomia do ego é temporariamente diminuída. Frequentemente envolve um estreitamento do foco de atenção. Pode incluir uma dissociação temporária da consciência normal. Geralmente visa implantar sugestões ou acessar memórias. Jung enfatizava a importância de manter a perspectiva consciente durante o diálogo com as figuras do inconsciente. Ele não buscava um estado de transe ou sugestibilidade aumentada, mas sim um diálogo genuíno entre diferentes aspectos da psique. A imaginação ativa requer um equilíbrio delicado: receptividade suficiente para permitir que os conteúdos inconscientes emerjam, mas também presença consciente suficiente para engajar-se ativamente com esses conteúdos. Este equilíbrio difere significativamente do estado hipnótico, onde a consciência crítica é deliberadamente reduzida.
- Cursos e Palestras
Biblioteca & Pesquisa Digital PALESTRAS : HIPNOSE CLÍNICA - DIMINUINDO A ANSIEDADE DOS PACIENTES Coordenador: Prof. Marcelo Martins Moreira (Cirurgião-Dentista Buco Maxilo Facial , Hipnólogo e Psicoterapeuta Junguiano) Natureza: Teórica/Demonstrativa Duração: 03 horas Data: a combinar HIPNOSE NA ODONTOLOGIA - ESTRATÉGIAS PARA UM ATENDIMENTO HUMANIZADO Coordenador: Prof. Marcelo Martins Moreira (Cirurgião-Dentista Buco Maxilo Facial , Especialista em Medicina Comportamental, Hipnólogo e Psicoterapeuta Junguiano) Natureza: Teórica/Demonstrativa Duração: até 03 horas Data: a combinar HIPNOSE PARA SAÚDE - UMA ABORDAGEM HOLÍSTICA (Diminuindo Stress e Ansiedade de Pacientes e Profissionais) Coordenador: Prof. Marcelo Martins Moreira (Cirurgião-Dentista Buco Maxilo Facial , Especialista em Medicina Comportamental, Hipnólogo e Psicoterapeuta Junguiano) Natureza: Teórica/Demonstrativa Duração: até 03 horas - noturno Data: a combinar CURSOS DE APERFEIÇOAMENTO : HIPNOSE CLÍNICA - DESSENSIBILIZANDO SEUS PACIENTES MÓDULO 1, 2 E AVANÇADO Coordenador: Prof. Marcelo Martins Moreira (Hipnólogo pela Sociedade Brasileira de Psicanálise Integrativa) Natureza: Teórica/Demonstrativa Duração: 72 horas - a combinar Objetivo/Conteúdo Programático: Atualização do profissional da área de saúde e terapeutas naturalistas quanto à aplicação da hipnose em sua especialidade, como modalidade de apoio nos procedimentos convencionais da sua área. CURSO DE APERFEIÇOAMENTO: Hipnose Transcendental: Uma Abordagem Integrada para o Bem-Estar ( Filosofia & Auto Hipnose - Caminhos para a Transformação Interior ) Coordenador: Prof. Marcelo Martins Moreira (Hipnólogo pela Sociedade Brasileira de Psicanálise Integrativa) Natureza: Teórica/Demonstrativa Duração: 72 horas - a combinar Solicite maiores informações: email: marcelomartinsmoreira@gmail.com
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